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4/19/2011

Afinal o que é a "Troika"?

«‘Troika’ é uma palavra de origem russa, que significa 'trenó puxado por três cavalos'. Na política, é uma expressão que representa um grupo de três líderes, estados ou entidades, que atuam em conjunto, formando uma liderança triangular.
No caso concreto da ajuda a Portugal, chama-se “troika” porque este processo de resgate é levado a cabo por um trio formado pela União Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional.

As três entidades de uma troika reúnem-se num esforço para gerir um país, em nome de uma missão.»
Segundo o novo acordo ortográfico escreve-se "troica".
«A “troika” do Fundo Monetário Internacional, Banco Central Europeu e Comissão Europeia começa esta semana as discussões políticas com os responsáveis portugueses.
A segunda fase, de acordo com o próprio FMI, é de negociação com o Governo e de encontros com os principais responsáveis. Hoje, a reunião é no Ministério das Finanças. Amanhã, é alargada aos parceiros sociais e à banca.
Esta negociação servirá para estabelecer os compromissos que as autoridades portuguesas vão ter de assumir para, em troca, o país receber o empréstimo pedido.
As equipas lideradas por Jürgen Kröger (CE), Rasmus Rüffer (BCE) e Poul Thomsem (FMI) já estiveram na última semana em Lisboa. Analisaram as condições financeiras do país, nos diversos sectores, e o estado dos sectores da economia com maiores dificuldades.
A missão tem uma composição de cerca de duas dezenas de técnicos, mas nem todos ficam até à formalização do acordo em Lisboa (uns passam alguns dias e regressam ao seu local de origem, outros vão chegando com a evolução do processo), tendo uma previsão inicial de estadia em Portugal de três semanas.
Memorando estabelece compromissos
Após um acordo com as autoridades portuguesas, em termos de medidas de austeridade e de reformas estruturais necessárias para reorientar a economia de forma a estimular o seu crescimento potencial, irá ser redigido um memorando de entendimento.
Neste documento deverão constar os compromissos que Portugal terá de cumprir a cada trimestre para receber a respectiva parcela de empréstimo, dependendo naturalmente do valor que vier a ser definido para o empréstimo e a divisão ao longo do tempo do programa.
Quando finalizado, o memorando de entendimento será então enviado para Bruxelas, onde tem de ser aprovado pelo Ecofin (onde estão representados os 27 Estados-membros), e pelo Eurogrupo, passando também pelo crivo dos responsáveis máximos do FMI.
O empréstimo a Portugal deverá acontecer, na generalidade, em moldes semelhantes aos da Irlanda, uma vez que a Grécia pediu ajuda antes da criação do Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF ou, na sigla em inglês, EFSF). » Jornalista Eunice Lourenço: É hora das negociações políticas com a troika
Extraído de:

4/18/2011

Com o passado também se aprende: Como foi viver com o FMI em Portugal?

«Faltou gasolina, leite e açúcar, tirou-se o subsídio de Natal, congelaram-se salários, não se podia levantar dinheiro, as importações ficaram limitadas. O FMI já esteve em Portugal duas vezes - em 1977 e em 1983 - e há toda uma geração que se lembra do que representa um pedido de ajuda externa na prática.

Idalina Lopes, de 65 anos, recorda-se que, da primeira vez, «não havia gasolina». «Nuns dias iam abastecer os carros com matrícula ímpar, noutros abasteciam os carros com matrícula par», contou ao tvi24.pt.

Já da segunda vez, e como tinha comprado casa na altura, foi mais difícil. «Tive de pedir dinheiro emprestado para comprar os móveis». As idas às compras também mudaram, uma vez que cortaram nas importações: «O açúcar acabou. Tive de emprestar a uma amiga da padaria durante muito tempo.»

Trabalhando na área da contabilidade, Idalina não viu o seu salário cortado, mas nota que «não se podia levantar dinheiro». «Não havia tanto poder de compra nem se ganhava muito, por isso não sentimos assim tanto», acrescentou.

Desta vez, antevê mais problemas: «As pessoas habituaram-se aos luxos e a ter férias sempre. Agora gastam e não poupam, enquanto nós na década de 80 tínhamos sempre um pé-de-meia.»

António Mão de Ferro, 64 anos, tem uma visão mais optimista da entrada do FMI em Portugal. «Se for como em 1983 não será nenhum drama. Espero que seja uma situação passageira, em que será necessária uma contenção nas despesas, mas não me parece que seja o fim do mundo».
Na altura, era técnico superior do Instituto do Emprego e Formação Profissional, estava casado, com dois filhos. «Fiquei sem subsídio de Natal, algo como os 100 euros actuais, mas não foi nenhum papão».

Tendo uma «gestão mais rigorosa do dinheiro», António constata que «as pessoas não estavam tão endividadas como agora» e que, por isso, «não houve grandes carências».
Mário Melo, 60 anos, já era professor quando o FMI chegou. «Cortaram-me um terço do subsídio de Natal e o resto foi transformado em certificados de aforro que ficaram cativos durante três meses, mas isto só para os escalões mais altos».
Lembra-se que um colega quis comprar um carro na altura, mas, como as importações estavam limitadas, teve de esperar meses pelo seu Honda. Mário sublinha ainda que houve falta de leite e que os salários e as progressões nas carreiras foram congelados.

João Raposo, médico, também perdeu o subsídio de Natal e esteve quatro anos sem qualquer aumento no salário. «Já era casado, éramos os dois médicos, e tive de esperar mais dois ou três anos para comprar casa e carro».
Em 1983, reduziu os gastos às «contas básicas». «Não foi o fim do mundo, mas incomodava muito». E prevê pior agora: «Palpita-me que vamos penar um bocadinho mais.»
E o leitor? Lembra-se das alturas em que o FMI foi chamado a intervir em Portugal? Deixe o seu testemunho através dos comentários »
Extraído de:
http://www.tvi24.iol.pt/sociedade/fmi-ajuda-externa-crise-tvi24/1244970-4071.html

O que é o FMI (Fundo Monetário Internacional)?

Ficheiro:Fundo Monetário Internacional.jpg
Logótipo do Fundo Monetário Internacional
«O Fundo Monetário Internacional (FMI) é uma organização internacional que pretende assegurar o bom funcionamento do sistema financeiro mundial pelo monitoramento das taxas de câmbio e da balança de pagamentos, através de assistência técnica e financeira. Sua criação se deve após a segunda guerra mundial, em julho de 1944, e sua sede é em Washington, DC, Estados Unidos.Atualmente conta com mais de 187 nações.»
Continue a ler aqui.
Sede do Fundo Monetário Internacional
Sítio do FMI (não está em Português)

Para saber mais, clique aqui.

Estela Barbot: Portugal está a ser “visto como país do Terceiro Mundo”


O ponto a que chegámos está a afectar a imagem do país, das empresas e a credibilidade do país cá fora. Portugal está a ser visto como um país de terceiro mundo. Como portuguesa, estou preocupada”, diz Estela Barbot, citada pelo site da Agência Financeira.

Estela Barbot, a única portuguesa conselheira do FMI, responsabiliza José Sócrates pela situação do país, pois “gastámos o que não tínhamos e vamos pagar esse preço”. Considera também que o pedido de resgate era a única “solução”, o que terá como consequência que o país ficará estagnado ou em recessão por “muito tempo”.
 

«A economista Estela Barbot, que é conselheira do Fundo Monetário Internacional (FMI), está preocupada com a imagem externa do país, que diz estar a ser associado ao “terceiro mundo”.