4/06/2011

Portugal na C.E.E. a 1 de Janeiro de 1986

«No dia 1 de Janeiro de 1986 Portugal torna-se o 11.º membro da família europeia. Era um anseio da nossa comunidade política desde a “Revolução dos cravos” ocorrida doze anos antes. Da necessidade de nos afirmarmos perante o resto da Europa resultaram as negociações que proporcionam a nossa integração no grupo comunitário. O primeiro governo republicano português enviou os portugueses para as trincheiras da Primeira Guerra Mundial, o Estado Novo optou por uma posição neutral no Segunda Grande Guerra e os dirigentes do pós 25 de Abril decidiram que Portugal devia acompanhar a Europa na Comunidade Económica Europeia.
O Pós-guerra e o Estado Novo

No curto espaço de cinquenta anos o velho continente tinha sido palco principal de duas guerras mortíferas e arrasadoras.

Por outro lado, os países europeus estiveram no meio de um espaço perigoso ameaçado pelo confronto entre dois gigantes: De um parte, os E.U.A. e o capitalismo; da outra parte a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas e o comunismo.
Para muitos países da Europa era urgente a formação de um bloco europeu que servisse de protecção perante a pressão das referidas potências. Após alguns anos de negociações, no dia 25 de Março de 1957, seis países europeus assinaram no Capitólio de Roma um tratado comunitário. Foram eles a República Federal Alemã, a Bélgica, a França, a Itália, o Luxemburgo e os Países Baixos.Por essa altura, Portugal vivia sob um regime político autoritário, repressivo e conservador liderado por António de Oliveira Salazar. O regime salazarista preconizava uma política virada essencialmente para o que se passava dentro do país e para as relações que se estabeleciam entre este e as possessões ultramarinas. Não havia, portanto qualquer interesse por parte de Portugal para se juntar nessa altura àquela comunidade. Além disso, não havia condições para que a Europa acolhesse o nosso país no seu movimento, pois o nosso sistema político embaraçava as democracias europeias.»